Luto, vamos falar sobre isso?



Luto, morte e perda são assuntos que pouco se fala. Desde cedo aprendemos que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Não necessariamente tudo ocorre nessa ordem. O certo é que ao nascer uma vida a certeza que se tem é que esta findará.
Muito embora todos saibam deste fato, ninguém está preparado para passar por esse momento de dor. Pensamos sempre nas alegrias, conquistas, projetos, etc… mas nunca paramos para pensar nas perdas que também fazem parte da vida.  Talvez por isso tenhamos tanta dificuldade quando em fim a dor da perda vem nos afligir.
E quando esta chega o que fazer? Não existe fórmula mágica que nos faça passar por este momento de maneira mais adaptativa. Cada um vivencia o luto de acordo com sua personalidade, com suas percepções, resiliência, individualidade.
Existem alguns aspectos importantes a ponderar em relação ao enfrentamento do luto:
·         A primeira coisa é aceitar a finitude da vida.
·         Segundo, o luto precisa ser vivido, não existe essa conversa de dizer que você é forte e achar que pode passar por cima dos seus sentimentos de tristeza, reprimir a dor. Cuidado!!! Este tipo de atitude pode lhe trazer adoecimento.
·         É preciso buscar estratégias para enfrentar melhor esse momento, elaborar a perda é muito importante. Como isso é possível? Busque apoio (familiar, de amigos, de um profissional), não se isole! Muitos encontram consolo e se apegam a fé. Procure pensar nas coisas boas vividas com a pessoa que se foi.
·         Não foque no fato em si, tente não se culpar, não procurar culpados para o fato. Já vi muitos casos em que as pessoas questionam e ficam presas a pensamentos sobre os porquê’s e os se’s : "Porque o fulano?"... “e se não tivesse deixado meu filho sair”, “ e se eu tivesse feito diferente, talvez ainda pudesse estar com ele(a)”. Quando esses pensamentos ocupam nossa mente podem trazer adoecimento, porque ao carregar uma culpa que não é sua, a mente passa a processar uma série de pensamentos que podem desencadear alguma patologia (como depressão, em alguns casos algum tipo de transtorno de ansiedade). Lembre-se os se’s e os porquês são infinitos é preciso combatê-los pois eles não vão resolver nada.
O luto é inevitável, a saudade pela perda vai sempre existir, mas cada um precisa buscar se organizar e se adaptar da melhor forma possível a nova situação de continuar a vida sem aquele (a) que já se foi, isso não é uma tarefa fácil (falo por experiência própria), não é rápido e cada um necessitará de tempo um específico para se ajustar.
Sobre a autora: Regiane B.S.Cruz é psicóloga (CRP 20/5146), Especialista em gestão de pessoas, atua em processos de R&S e no desenvolvimento de pessoas e orientação psicológica online https://zenklub.com.br/psicologos/regiane-cruz/

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